terça-feira, 16 de setembro de 2008

Descendência Afro-Brasileira

Em resumo, diz o Estudo que a população negra tem hoje, em média, os níveis de qualidade de vida que a população branca tinha no começo dos anos 90, um déficit de dez anos. O Atlas também registra avanços em várias áreas – como na redução do trabalho infantil, aumento da expectativa de vida e um declínio – ainda que pequeno – no número de pobres entre os negros, porém, essas mudanças estão longe de colocar os dois "Brasis" em condições de igualdade.
Diante destes números que, na verdade, nada mais fazem do que confirmar outros dados e estudos de instituições como o IBGE, IPEA, DIEESE, além de trabalhos de pesquisadores e acadêmicos renomados, não faltam os que recorrem às explicações mais disparatadas e “criativas” para negar o que salta aos olhos: que tais desvantagens para a população negra estão umbilicalmente associadas ao nó da herança maldita do escravismo, dívida jamais assumida pelo Estado brasileiro.
É impressionante o esforço que fazem os que, contra todas as evidências, insistem em “brigar” com os números, para negar que o processo de exclusão social responsável pelo fosso entre os dois Brasis – uma espécie de apartheid cordial, sem a violência explícita de leis segregacionistas como na África do Sul – só tem uma explicação: o racismo que criou raízes profundas no imaginário brasileiro e que diariamente remete à população afrodescendente aos espaços da invisibilidade e/ou da subalternidade.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

100 Anos de Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis, escritor brasileiro nascido em 1839, na cidade do Rio de Janeiro é considerado o maior expoente da nossa literatura. Ocupou durante dez anos a presidência da Academia Brasileira de Letras e escreveu, além de poemas, reportagens e contos, grandes clássicos da Literatura Brasileira, tais como Memórias Póstumas de Brás Cuba e Quincas Borba, publicou Dom Casmurro em 1899.O livro foi um marco na história literária de nosso país e repercute até os dias atuais. São diversas edições, livros, fóruns de discussão e filmes baseados nesta obra peculiar...O livro apresenta todas as personagens de forma clara e de acordo com a inserção desses na história. Apesar de não existir um encadeamento lógico de pensamento entre os fatos expostos e da narração um tanto quanto lenta. Apesar do autor escrever de uma forma que segue de forma ortodoxa a norma culta da língua portuguesa, estranho até para a época, o livro é de leitura envolvente e de fácil compreensão....Uma das peculiaridades da obra é o fato do narrador vez ou outra dirigir-se diretamente aos leitores, como se estivesse compartilhando todas as suas dúvidas e incertezas.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Chegada da Família Real

No princípio do século XIX a Europa foi sacudida por uma guerra longa e violenta. Napoleão, imperador da França, grande general, organizou um exército poderosíssimo e invadiu vários países somando vitórias.
Para derrotar os ingleses, imaginou um estratagema: obrigar as outras nações a fecharem os portos à Inglaterra, que sendo uma ilha ficaria isolada e muito enfraquecida sem poder comerciar.
Acontece que Portugal e Inglaterra eram velhos aliados e faziam muitos negócios entre si, por isso os portugueses decidiram não obedecer. Napoleão ficou furioso, preparou um exército de 30.000 homens comandados pelo célebre Junot e ordenou-lhe que conquistasse Portugal.
Mas nesse tempo os militares deslocavam-se a pé ou a cavalo, tinham que carregar armas e bagagens, acampar pelo caminho, ou seja, demoravam imenso tempo a chegar ao seu destino. A notícia porém voava de boca em boca ou na bolsa de um mensageiro veloz.Quando em Lisboa se soube que vinha aí uma invasão francesa, foi o pânico. Na altura não havia condições para enfrentar um inimigo tão forte, corria-se o risco de perder a independência. Que fazer? Depois de muitos debates, tomou-se uma decisão: a família real devia partir imediatamente para o Brasil que nessa época era uma colónia portuguesa.A Corte a salvo do outro lado do oceano assegurava a independência. No ano 1807, a família real era muito numerosa e incluía pessoas de todas as idades.